domingo, 10 de agosto de 2008

Papo Furado, Episódio III - O Retorno de Jedi

Não sei se alguém reparou, (lógico que não) mas eu abandonei a Toca nos últimos dias. Por motivos de força maior, fiquei sem internet, e perdi a inspiração.

Aí, a parada toda começou a desandar. Meus poemas ficaram ruins (sim, piores) e isso quando eu conseguia escrever alguma coisa. Voltei a ter um pesadelo chato que não tinha a muito tempo, e isso só serviu pra foder o meu sono que já não é uma maravilha. Essas e outras me deixaram meio Azaghâl, e às pessoas que mantiveram contato comigo nessas últimas 2 semanas e notaram a mudança, peço sinceras (hahaha) desculpas pelo mau humor, mas...

Eu não vou melhorar não.

Essas férias me mudaram pra sempre. As brigas familiares, sem detalhes, e toda a podridão que eu via nas ruas quando saía, agora sem as vendas da rotina do colégio, estavam minando toda a minha vontade de levantar da cama, e daí e diante a minha vontade foi mudando pra JOGAR a cama no focinho do primeiro que aparecesse. Isso foi só a ponta do iceberg nessas três semanas de férias; muitas otras cositas mas eu vi e ouvi, na rua, na tv e no jornal, que me deixaram transtornado.

Depois de muito pensar e reavaliar o meu comportamento, cheguei à seguinte conclusão: eu sou bonzinho demais. Passo pela rua e se vejo um mendigo, fico com pena, e até remorso. Alguém me pede esmola, eu dou. Alguém me insulta, eu perdôo. Alguém me irrita, eu esqueço. Tá na hora de deixar de ser otário.

Digo isso pra todo mundo que, assim como eu costumava, pensa que pode aguentar um pouco de privação ou dor pra poupar terceiros. Isso não dá certo. Bondade desmedida atrai malandros, e a sociedade sempre foi assim. Esses malditos vão farejar a sua generosidade como cachorros sarnentos no escuro e vão te minar e te pisar até você ficar seco, e vão passar ao próximo. A cada tapete puxado eles avançam, cada molestado e enganado é um degrau que eles sobem em direção ao cargo político mais alto, ou a mais uma casa de verão.



Não vale a pena se sacrificar? É lógico que sim. Mas não ingenuinamente. Seja crítico. Olhe bem pra quem você estende sua mão, se é que quer estendê-la de novo. Há pessoas que pegam sua mão e não largam mais. E, quando sentir que é hora de dar algo mais que a mão, pense bem: pode haver mais pessoas por aí que precisam que você estenda sua mão pra elas. E evite brigas, mas nem sempre: a mão estendida, às vezes, não funciona tão bem como um punho em riste.

Às vezes, pra ser bom, é preciso ser um pouco mau. Alquimistas idealizavam o ouro como a pureza suprema mineralizada. Mas o ouro, a não ser em ligas, ou seja, sozinho, não vale pra nada. A não ser, lógico, pra definir o quão mais ou menos pobre você é, ou pra causar escravidão e guerras civis na África.



Isso tudo serviu pra aumentar meu desprezo pelos seres humanos, e meu amor à humanidade. Se não fosse por alguns seres humanos que eu conheço, seres humanos que me fazem crer que, apesar de tudo, ainda vale a pena acreditar, eu teria virado um revoltado. Quem sabe? ;D

Voltei! Agora começa tudo de novo, a Toca está ativa mais uma vez e agora é pra escrotizar!

Cheers!

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